quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Profissões de antigamente


A vida moderna e a tecnologia fizeram com que algumas profissões fossem extintas

Quando se fala em exercer ou escolher uma profissão, geralmente os jovens pensam nas que estão em alta, que envolvem tecnologia ou que sejam rentáveis. Mas nem sempre foi assim. Os adolescentes de antigamente, que hoje já são senhores, pais de família, tinham outros critérios no momento de decidir com o que trabalhariam.

Em geral, herdavam dos pais a profissão. Era um caminho natural: ou precisavam ajudar desde cedo nos negócios da família, ou admiravam o ofício dos mais velhos: padeiros, alfaiates, sapateiros, verdureiros e uma infinidade de profissões que hoje estão desaparecendo, por conta da modernidade.

Em Barra Bonita, o padeiro de 58 anos, que começou na profissão aos 13, é o único que ainda entrega pães a domicílio. “Começamos em 1966 e em 1968 passamos a entregar os pães nas casas de manhã. Eram 15 sacos de pães por dia, três peruas para fazer a entrega. Ainda hoje entregamos para fregueses de 41 anos atrás, mas somos os únicos que fazem isso na cidade. Continuamos mais pelo sentimentalismo e por ser mais fácil para alguns clientes”, conta Joares Trevisatuno.

Ainda sobre a profissão, o padeiro afirma que não se arrependeu da escolha, pois conquistou muitas coisas financeiramente e, apesar da vida sofrida, ainda conseguiu se formar em contabilidade. “Perdi muito do lado social, perdi muita festa, às vezes até a namorada reclamava, mas consegui estudar, me formei em contabilidade, tive outras opções de vida, mas resolvi ficar com o meu pai trabalhando na padaria, e não me arrependo”.

Já Luis Antonio Gomes Garcia, de 56 anos, percorreu um caminho diferente. Depois de vinte anos como analista de laboratório na Usina da Barra, há sete anos decidiu se tornar sapateiro, que é outra profissão considerada em “extinção”. “Resolvi ser sapateiro, porque quando eu era menino fui engraxate. Sempre tive facilidade em aprender”, ressalta.

Dois últimos sapateiros
Luis Antonio conta que tem muita admiração pelo amigo e concorrente Toninho Guiraldelo. Eles são os únicos sapateiros em atividade na cidade de Barra Bonita. Segundo eles, nunca faltam clientes no balcão, na maioria, mulheres. “Meu filho até aprendeu a trabalhar como sapateiro, mas seguiu outra profissão”, lamenta Luis.

Por Mayara Seaca

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